Friday, January 19, 2007
Relações e estabilidade
Hoje em dia e na sociedade em que vivemos, existem determinados valores que á luz da actual humanidade e evolução cientifica, tecnológica e de saúde estão perfeitamente desfasados e dessincronizados.
Um desses mitos/dogmas que existe na sociedade, prende-se com o casamento.
Existe o entendimento de que para ser amado, temos de estar numa destas três situações:
- Estar casado
- Estar à espera de casar.
- Ser uma pessoa que passou pelo divórcio e espera voltar a casar-se.
Mas o que é o conceito de casamento? Antigamente quando se dizia para a vida toda, dada a expectativa de vida, isso seria até aos 30 anos no máximo. Até porque a guerra, fome e doença se encarregavam de mandar 7 palmos abaixo da terra esse/a desafortunado(a). Hoje em dia, vivemos em média até aos 80 anos, o que é uma eternidade. As relações evoluem e é um milagre casais amarem-se durante este tempo todo. Abençoados os que realmente se amam. Pois a grande maioria vive é acomodada.
Por isso o que resta? Ser solteiro e ir tendo várias relações sentimentais que preencham as suas necessidades emocionais nas várias fases da vida? É uma solução. Se assim acontecer, cabe a cada um suprir as suas necessidades quotidianas, com actividades de lazer, ser livre e aberto a todo o tipo de experiências que a vida proporciona. Então se assim se pode ser igualmente feliz ou mais, porque é que a sociedade não vê isto com bons olhos? Talvez porque se todos fizéssemos isto, destruiríamos o tecido de que a sociedade é feita e seria o caos para as religiões. Até porque "Deus nos Livre que cada pessoa pense por si e pense em si, primeiro que os outros...." O que seria se todos acordássemos desta letargia e começasse-mos a pensar por nós mesmos independentemente dos valores da sociedade? Acho que a primeira coisa que acontecia era o fim das religiões, a seguir o fim das instituições e dogmas da sociedade e por fim o surgimento do eu individual. Acho que a civilização e a humanidade ainda não está preparada para isso. Mas certamente irá acontecer, pois se nós não estamos bem com nós mesmos, jamais podemos estar bem com quem está á nossa volta.
Mas mesmo na remota hipótese do conceito do casamento/união de facto estar certo, a verdade é quando um homem/mulher inicia uma relação emocional mais séria e intensa, dizemos do coração "adoro como és e é contigo que quero viver os próximos 50 anos". Mas isso é o coração a falar e os sentimentos a virem ao cimo. Mas na realidade o que a razão pensa mas não é dito é : "adoro como és e é contigo que quero viver os próximos 50 anos e estou á espera que sejas um esplêndido(a) amante, um óptimo pai/mãe, um maravilhoso par para sair à noite, um conforto nos momentos de tristeza, o perfeito acompanhante social, um compatriota político, a pessoa por quem os meus pais têm um fraquinho, o meu guru, o ombro onde vou chorar sempre que quero e a minha instituição bancária pessoal". Será isto hipocrisia? Creio que não, são desejos legítimos e de certa forma razoáveis.Mas não acham que este tipo de pensamento um peso terrível e insuportável de aguentar?
A minha opinião é que quando duas pessoas se entendem, devem deixar o amor surgir e viver esse amor o mais que puderem, deverão acordar na forma de o viver. Pois a porta e a janela têm de estar sempre abertas, caso contrário esse amor torna-se uma prisão, destruindo tudo o que foi construído até então.
Tudo de bom
Postado por GothLinox
às 10:07 AM